Cada um dos filhos foi formado em um útero diferente.
Segundo os médicos, a mãe passa bem e os bebês são saudáveis.
Uma mulher de 38 anos, que teve uma gravidez inusitada, deu à luz gêmeos na manhã desta quarta-feira (25), em Três Pontas, no Sul de Minas Gerais. Ela possui uma má-formação chamada “útero Didelfo”, que fez com que, durante a formação do órgão reprodutor, uma divisão surgisse fazendo com que as partes ficassem completamente separadas. Cada um dos filhos foi formado em um útero diferente. Os dois bebês nasceram de cesariana, a menina Isabella com 2,8 quilos e Mateus com 2,21 quilos. Segundo os médicos, a mãe passa bem e os bebês são saudáveis.
De acordo com a ginecologista Márcia Andréia Mesquita Mendes, que a acompanha desde os primeiros meses de gestação, a fecundação e a formação dos fetos foram semelhantes a uma gestação de gêmeos fraternos – que é quando dois espermatozóides fecundam dois óvulos -, mas, em vez de duas placentas em um único útero, os bebês foram gerados em dois órgãos reprodutores diferentes.
Segundo o especialista em ginecologia endócrina José Arnaldo de Souza Ferreira, o caso de Jucéa é ainda mais incomum, pois cada óvulo foi captado por uma trompa uterina diferente. De acordo com ele, existia a possibilidade de que os gêmeos fossem gerados em um único útero, mesmo que a paciente tenha outro.
Esse tipo raro de malformação uterina ocorre em 10 de cada 20 mil mulheres, segundo José Arnaldo. De acordo com o médico, muitas mulheres engravidam e convivem com o problema sem ter conhecimento da existência dele. O ginecologista explica que, para ter um diagnóstico certo, é preciso fazer um ultrassonografia tridimensional, ou uma ressonância nuclear magnética ou uma laparoscopia, que consiste em um procedimento cirúrgico. Contudo, a suspeita pode surgir depois de procedimentos clínicos simples.
Segundo o médico, grande parte dos casos de gravidez em “útero didelfo” chega ao fim de forma segura e tranqüila para a mãe e o bebê, mas, podem ocorrer situações em que a malformação cause problemas de circulação sanguínea e abortos. Outros problemas levam à interrupção da gravidez. De acordo com o especialista, entre eles, está o tamanho do órgão, que pode ser pequeno e insuficiente para a gestação.
Segundo Jucéa, depois da gravidez da primeira filha, os médicos haviam informado que ela não poderia ficar grávida novamente e, por isso, deixou de usar métodos contraceptivos.
Fonte: g1.globo.com
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