Videolaparoscopia oferece mais benefícios para o paciente
Médico comenta sobre método de cirurgia que permite realizar operações bariátricas com a utilização da tecnologia óptica através de orifícios, com a introdução de microcâmera, sem necessidade de expor o corpo do paciente. Cirurgia é paga pela Prefeitura de Campos.
“Os pacientes que fazem cirurgia de redução de estômago em Campos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão sendo beneficiados com o que há de mais moderno e mais perfeito”. A afirmação é do médico Titular Especialista do Colégio Brasileiro dos Cirurgiões, da Sociedade de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e do Colégio Brasileiro de Cirurgia do Aparelho Digestivo, Jomar Jober Hernandes Brito.
Ele afirma que a cirurgia bariátrica paga pela prefeitura utiliza a técnica videolaparoscópica – técnica minimamente invasiva que permite uma recuperação mais rápida – diferente dos outros hospitais do SUS que fazem a cirurgia aberta. Neste caso, é necessário abrir a barriga do paciente, o que torna o procedimento mais invasivo, de acordo com dr Jomar, que também é titular especialista da Sociedade Brasileira de Videocirurgia (Sobracil).
- Faço cirurgias pelo SUS há 11 anos e tentei várias vezes sensibilizar os secretários para implantarem esse procedimento. Parabenizo o secretário de Saúde, Paulo Hirano, e a prefeitura por estar ajudando a ressuscitar pacientes que estavam com doenças graves por conseqüência da obesidade. A prefeitura marcou mais um ponto na área da saúde, pois está beneficiando pacientes carentes. Operei uma paciente há aproximadamente 15 dias, que usava insulina e hoje não usa mais – ressaltou o médico.
Segundo dr Jomar, a obesidade gera outras doenças ao longo do tempo, como a apnéia do sono, coronariopatia, hérnia de disco, depressão, diabetes e hipertensão. “O trabalho desenvolvido pela Prefeitura é impar e tem um excelente custo-benefício. Os pacientes do SUS recebem o mesmo tratamento dos que opero pelo particular, inclusive com a mesma equipe multidisciplinar. E eles vão direto para o quarto após a cirurgia. É raro mandar alguém para UTI”, completou.
A endocrinologista e supervisora técnica de Endocrinologia do Hiperdia, Ana Paula Galvão, destaca que o Hospital de Ipanema era o único no estado do Rio de Janeiro que fazia o procedimento gratuitamente. “Porém, cerca de cinco mil pacientes aguardam na lista de espera do Estado. Os ganhos são estéticos e psicológicos. Os pacientes deixam de roncar, voltam a fazer atividades físicas e melhoram o relacionamento com seus parceiros”, afirmou.
Pacientes perdem 50 kg, vencem a diabetes e abandonam a insulina
Desde o início da implantação do serviço em Campos, em junho de 2010, foram realizados 109 procedimentos, de acordo com o secretário municipal de Saúde, Paulo Hirano. Segundo ele, os beneficiados recebem o acompanhamento necessário da secretaria, através do Programa de Combate à Hipertensão e ao Diabetes (Hiperdia).
- O acompanhamento inclui atendimento de equipe multidisciplinar e os medicamentos específicos para a assistência integral. Os procedimentos são feitos no Hospital Escola Álvaro Alvim e na Santa Casa de Misericórdia, através de convênio firmado por meio da Gestão Plena da Saúde – afirmou o secretário.
Pacientes como a técnica de enfermagem, Andréa Lisboa, 37 anos, deixaram de ser diabéticos e hipertensos e não sofrem mais com a obesidade mórbida. Ela fez a cirurgia há 8 meses e perdeu 50 quilos. Antes do procedimento pesava 117 kg, tinha apnéia do sono e falta de ar. Hoje, com 67 kg, afirma que voltou a viver.
- Eu sou casada há 18 anos, mas tinha apenas 60% do meu casamento. Agora tenho 100%. Tudo para mim era muito difícil, principalmente no trabalho. Minha filha tinha vergonha de mim, eu sofria preconceitos, tinha medo de cair, vergonha de sair de casa e estava com o casamento abalado. Hoje perguntam na escola se sou irmã da minha filha. Minha recuperação está sendo muito boa. Eu nunca teria condições de pagar essa cirurgia – informou Andréa.
Rosane Cardoso, 67 anos, foi a primeira beneficiada com o serviço em Campos. Ela tinha 119 kg e também perdeu 50 kg. “Nunca passei mal e não sinto nada. Foi a melhor coisa da minha vida. O atendimento foi de primeira. Eu estava em depressão e infeliz. Tomava insulina e 7 tipos de remédios para pressão diariamente. Agradeço a Deus e a Prefeitura por me permitirem realizar este sonho”, disse Rosane Cardoso.
Cirurgia – A cirurgia custa, em média, R$ 18 mil na rede particular. É indicada para obesos com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 ou com IMC de 35 a 40, mas que possuam ao menos uma co-morbidade associada à obesidade. Em agosto deste ano, o cirurgião Jomar Jober participará de um Congresso na Alemanha, em que levará a proposta de revisão da autorização para a realização da cirurgia em pacientes com IMC acima de 30, para os pacientes que possuam co-morbidade associada.
Total Geral de Procedimentos até abril de 2011
Quantitativo de cirurgias Total Investimento
2010 + 2011: 109 R$ 1.798.500,00
Total de Procedimentos em 2010
Total de Cirurgias HEAA: 35 R$ 577.500,00
Total de Cirurgias SCMC: 30 R$ 495.000,00
Total de Cirurgias 2010: 65 R$ 1.072.500,00
Total de Procedimentos em 2011
Total de Cirurgias HEAA: 24 R$ 396.000,00
Total de Cirurgias SCMC: 20 R$ 330.000,00
Total de Cirurgias 2011: 44 R$ 726.000,00
Fonte:www.campos24horas.com.br
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